Se pensas que te esqueci,
enganas-te,
te odeio com todo
o amor que há em mim
...e, cada vez que te vejo,
me descontrolo,
e quero mais e mais te odiar,
mas é tão difícil...
se a cada desejo meu,
passo a mais te adorar,
e quanto mais te odeio,
mais e mais eu vou te amar.
1 Comments:
muito bom, gostei mesmo. o tema também é abordado, mas de outra forma, por um soneto da florbela espanca, o que só engrandece o teu. parabéns.
ÓDIO?
Ódio por ele? Não... Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se à vida assim roubei todo encanto...
Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar, marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!
Ah! Nunca mais amá-lo é já bastante!
Quero senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!
Ódio seria em mim saudade infinda,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não... não vale a pena.
FLORBELA ESPANCA, Portugal,1894-1930
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