V A R i E D a D & $
Sim, variam os bebados que do porre jamais se curam os mendigos de sempre que administram-se refazendo seus lares, variam as fomes que em dieta definham
e eu pequena, enquanto a cidade aumenta
variam as dores, a indiferença
o vizinho que mudou-se, foi navegar em outros ares,
sobram poucos espaços de tantas horas paradas
e eu que não cresço como faço?
Variam os que te leem mas não te escutam pois alguns figos já vem cristalizados, variam os que te prometem flores pois por aí está cheio de corações esgotados
...e a pequena cidade que aumenta ...
e eu que não cresço como faço?
mais uma árvore a menos / novo código de recuos / outra casa amassada a clorofina no verde / cloro em nossos olhos v i v a ! a vida mais clara
novos espaços pra os novelhos
planos retraçados
é da vida a reengenharia
amigos que sobem lágrimas que descem solitários que se viram solidários se enternecem
e eu que não cresço como faço?
variam os que silenciosos procuram reeducar o universo / os que com barulho tentam / os que não viram o que vemos / novos que vem sem serem vistos variam os anos, os dias os meses
mas em fevereiro o rei terá as chaves da cidade